quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O que é eletrolipolise?





A eletrolipólise também chamada de eletrolipoforese é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulo de ácidos graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de microcorrente específica de baixa freqüência (ao redor de 25 Hz) que atua diretamente a nível dos adipócitos e dos lipídios acumulados produzindo sua destruição e favorecendo sua posterior eliminação.

Princípios de ação da Eletrolipoforese:

A Eletrolipoforese é uma forma de treinamento de Eletroterapia que utiliza corrente bidirecional, com alternância de polaridade a cada segundo que trata a gordura localizada e a celulite em seus diversos graus através de uma estimulação da pele em 4 etapas como verão abaixo:

Para que obtenhamos êxito na aplicação bem como no direcionamento das formas de onda, temos que nos preocupar com o ajuste de freqüência, que data o direcionamento e ação específica a cada forma de onda.

Onda A - tem uma dupla aplicação, sendo a primeira uma forma de estimulação com uma freqüência de 50 Hertz, o que neste caso superficializará seu efeito, dando uma diminuição na resistência intrínseca da pele e uma diminuição de uma sensibilidade de dor que possa ser referida pela paciente.

Onda B – possui uma freqüência mais baixa, em torno de 30 Hertz, destinada a uma ação preferencial na derme, com o objetivo de estimular as células, principalmente o fibroblasto que justifica a ação de melhora na tonicidade, e sobretudo a sua ação na drenagem intersticial visando uma diminuição do edema instalado. Temos aqui, tanto o efeito de vasodilatação pela ativação da microcirculação, como também a ação anti-inflamatória pela reabsorção dos metabólitos.

Onda C – esta forma de onda tem freqüência de 10 Hertz, atua diretamente sobre o adipócito pela estimulação elétrica das terminações do sistema neurovegetativo simpático. Esta estimulação agirá de forma a desencadear uma liberação do AMP ciclo intra adipocitário.

Os adipócitos das regiões envolvidas no processo celulítico assume uma atitude estática, e esta forma de onda fará com que haja uma excitação celular, incrementando o aumento na produção do AMP cíclico à produção dos produtos da degradação dos lipídios.

A ação direta desta forma de onda se dá diretamente sobre os receptores Beta determinantes da ativação do AMP cíclico que estimulará a lipase inativa tornando-a que liberará o triglicéride sob forma de ácido e glicerol.

Onda D – esta onda tem a característica de estimulação direta muscular, sendo que a freqüência de trabalho deve ser direta para o músculo, ou seja de 5 Hertz, e pode ser usada no final do tratamento para que através da estimulação muscular tenhamos uma via a mais de eliminação dos produtos oriundos da lipólise – eliminação de gordura.

Método de Aplicação:

A Eletrolipólise tem duas formas de aplicação, levando-se em conta as seguintes precauções iniciais:


  • a pele deve estar íntegra, sem lesões cutâneas, observando-se ainda que a paciente não deve ter feito nenhum procedimento esfoliativo prévio, tal como depilação por cera;
  • a região não pode Ter tumorações;
  • a pele deve estar sem cremes ou produtos;
  • pacientes que façam uso prolongados de corticóides e progesterona;
  • pacientes que tenham doenças uterinas como fibromas.
Método com Agulhas: os eletrodos são agulhas de acupuntura de 15 cm de comprimento por 0,3 mm de diâmetro, de uso único. As correntes são contínuas, mas existem algumas
correntes utilizadas para a prática da eletrolipoforese que são alternadas. O pulso bifásico assimétrico (como o pulso do TENS), é uma forma de onda utilizada na eletrolipoforese. As agulhas podem medir entre 4, 5, 7, e 12 cm, introduzidas a nível hipodérmico, utilizando-se uma distância de 4 cm entre elas. São sugeridas agulhas de acupuntura, fabricadas em aço inoxidável ou em prata, descartáveis, medindo de 0,25 a 0,3 mm de diâmetro com comprimentos que variam de 1 a 3 cm, ou de 10 a 12 cm. Agulhas mais grossas (0,30 mm) podem apresentar melhorers efeitos.

A técnica de aplicação consiste em colocar o paciente em posição cômoda, com a área de tratamento exposta, antes de penetrar a gulha e realizado os procedimentos de assepsia e antissepsia pertinentes ao procedimento.

Nesta “zona” de tratamento normalmente pinçamos o tecido, comprimindo a pele intensamente e procurando dar a angulação necessária para a colocação da agulha. Com a outra mão seguramos a agulha no máximo 0,5 cm da ponta do bisel. Evitando que no ato da penetração, a agulha fique fletida e perca o direcionamento da mesma. Devem ser introduzidos pares de agulhas de forma paralela, de acordo coma saída dos cabos no aparelho. As agulhas são separadas por mais de 5 cm, de modo que cubram toda a área a tratar. Se inicia uma sessão aumentando a intensidade gradativamente, partindo até o limiar suportável do paciente.

Tempo deduração: 50 minutos, após costuma-se aplicar algum tratamento complementar como: Estímulo muscular, drenagem linfática, estimulação de pontos de acupuntura, etc. Quase sempre é somado ao tratamento uma dieta hipocalórica e hidrosalina controlada para favorecer a saída de água intra-celular.

A intensidade da corrente aumentará em função da sensibilidade do paciente, de forma que não resulte em dor intensa na pessoa tratada. Vale ressaltar, que a pessoa tratada deve notar uma sensação de "pico máximo não doloroso" e esta será ajustada segundo a tolerância do mesmo, preocupando-se com a acomodação individual. Havendo a acomodação, a intensidade deverá ser aumentada quantas vezes forem necessárias. É necessário que o paciente sinta sensação de picadas que chegam ao limite do desagradável. Durante a sessão e preciso aumentar progressivamente a intensidade da corrente durante o processo de acomodação.

As sessões podem ser semanais, com um mínimo de 6, podendo alcançar até 10, devendo-se
levar em conta que os efeitos se prolongam durante umas semanas a mais, sendo que para julgar os resultados se espera até 45 dias após o fim do tratamento. É sugerido uma aplicação por semana, os resultados tornam-se mais significativos após a 3ª sessão.

Quando há o aparecimento de dor durante a introdução da agulha, significa que a mesma está
mal posicionada ao entrar em contato com as aponeuroses da pele, que são estruturas ricamente inervadas. As agulhas devem ser introduzidas sobre o tecido cutâneo, a nível do panículo adiposo. Não deve ocorrer nenhum sangramento e nenhuma dor deve ser manifestada. Esses fatos garantem a implantação correta da agulha no tecido adiposo.

Método sem agulhas: esta aplicação é feita por elétrodos de silicone condutivo, de baixíssima resistência intrínseca, obedecendo o mesmo distanciamento, ou seja, colocadas aos pares, com distanciamento de 5 a 6 cm.Deve se pôr um gel condutivo, sem princípios ativos, como cânfora e mentol, dispondo em regiões de acumulo de gordura, visando saturar pelo número de elétrodos,
2 a 3 vezes por semana, dependendo do estágio da paciente, variando o número de sessões de 20 a 30 sessões, sem também a necessidade de fazer com que a paciente tome 2 litros de líquidos.

Tanto para aplicação com agulhas quanto a sem agulhas, após a aplicação, deve ser recomendado a paciente a não exposição ao sol, devido a sensibilização causada pela aplicação. Também observamos que pode haver eritemas – vermelhidões – na pele, principalmente na aplicação com elétrodos epicutâneos – sem agulhas, fato este que pode se agravar se não for levado em consideração a tolerância ideal junto à paciente. Esse inconveniente, geralmente, ocorre por haver uma dose de ansiedade da paciente, o que faz com que a mesma refira uma intensidade tolerável, mesmo não sendo, o que levará a uma exposição da pele a uma carga elétrica superior a sua tolerância.

INDICAÇÕES:

A principal indicação da eletrolipólise está no tratamento da obesidade localizada, celulite e
lipodistrofia localizada. Há também indicação pós lipoaspiração, como complemento da cirurgia.

Podemos utilizar a eletrolipoforese para diminuição do perímetro em abdome, coxa e quadril.

Há também, discreta, porém não espetacular, perda de peso, melhora circulatória local e melhora da troficidade da pele da área tratada. Pode ser indicada também o uso da eletrolipoforese na lipodistrofias localizadas, nas complicações de "placas onduladas" após a lipoaspiração e a ptose abdominal e das nádegas.

CONTRA-INDICAÇÕES:

Não existe nenhuma região do corpo onde o método está contra- indicado, sempre e quando a indicação seja correta. Algumas contra-indicações da eletrolipoforese:

• Transtornos cardíacos (alteração do rítmo e da condução; insuficiência cardíaca) e portadores de marca-passo e cardiopatias congestivas;

• Pinos ou placas no corpo, em áreas onde a corrente elétrica será aplicada;

• Gravidez em qualquer idade gestacional;

• Paciente renais crônicos (insuficiência renal)

• Trombose venosa profunda ou estado venoso catastrófico.

• Patologias ginecológicas, tipo fibroma uterino;

• Utilização de medicamentos, como corticosteróides, e anticoagulantes ;

• Progesterona;

• Neoplasias;

• Alterações dermatológicas na área a tratar (Dermatites, dermatoses, feridas, inflamações,
eczemas, etc.)

• Epilepsia

Possíveis complicações e efeitos secundários podem ocorrer quando a eletrolipoforese trabalha com a implantação de agulhas no panículo adiposo, sem normas de assepsia adequada. Pode aparecer hematoma nessa área, o que não trará complicações. No método de aplicação de agulhas superficiais, poderá ocorrer uma pequena auréola de eritema pela passagem de corrente na pele que desaparecerá por si só e sem tratamento em poucas horas. Há também a descrição do aparecimento de pequenos pontos necróticos superficiais no local de introdução da agulha. As causas que podem determinar a aparição deste incidente não estão claras, entretanto, caso apareçam estes processos, sua cura ocorrerá sem maiores complicações.

A técnica realizada de forma inadequada pode levar a ocorrência de alguns incidentes:

- O paciente sente dor no momento exato da implantação da agulha.

- Surgem equimoses após a sessão, devido a pequenas veias superficiais que são picadas
desastrosamente ou, então, por um erro na manipulação de implantação atingindo tecido muscular.

- No final da sessão, a retirada da agulha causa sangramento.

- Durante a sessão, o paciente queixa-se de leves contrações musculares, é preciso verificar se as agulhas não atingiram o plano muscular.

A Eletrolipólise é um método eficaz, que tem sua efetividade ampliada quando temos ele conjugado com outros métodos, tais como Ultrassom e a Ionização, formando esses três equipamentos uma rotina que dará, certamente, uma resolução a vários aspectos no tratamento da celulite e gordura localizada.

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